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segunda-feira, 3 de março de 2014

Do Crepúsculo ao Outro Dia completa 09 anos.

O livro lançado em 2005, na cidade de Macapá - AP, e cuja parceria foi feita com o poeta do Amapá, Herbert Emanuel, completará 10 anos em 2015. Uma experiência linda e única, foi uma viagem que envolveu grandes parcerias. Atualmente, soube, Herbert irá inclui-lo no seu livro "Obras Completas". Privilégio, já que o "Do Crepúsculo ao Outro Dia" foi feito a quatro mãos e, como manda a tradição do haicai, é um LIVRO RENGA. Não necessariamente uma única renga (poema encadeado) mas uma distribuição de fragmentos e pensares em forma de tercetos e haicais livres.

O Filme "Do Crepúsculo ao Outro Dia" é inspirado no livro e tem a presença do ator Jaime Leibovitch e a formosíssima atriz nissei Miwa Yanagizawa, que emprestou seu charme e beleza para recitar alguns dos poemas do livro, sendo filmada pela câmera de baixa resolução, do projeto Cinema Possível.


Veja alguns haicais recitados pela atriz Miwa Yanagizawa.

aranhas tecem 
ao relento
arames de vento

*

geada no jardim
lua de julho
dentro de mim

*

a coruja espreita
andorinhas em alvoroço
a vida por um fio

*

palavras colidem
sons e sonhos
numa gruta

*

diálogo entre nós?
o dia logo 
se acaba

*

o universo
num buraco negro
todo segredo

(Jiddu/Herbert)


Carlos Nejar, fã incondicional da poesia de
Herbert Emanuel, não exitou em nos brindar
com um belo prefácio!
O Poeta Carlos Nejar, acadêmico, escreveu um belo prefácio, sobre o livro, que se encontra no mesmo. Um reconhecimento por um trabalho meticuloso, fruto de quase dois anos de troca pela internet, revisões após revisões e uma revisão definitiva de Adriana Abreu, até o livro ficar pronto, em 1995.
LIVRO QUE DANÇA
  - Carlos Nejar

    Quando há o encontro criativo de um Jiddu Saldanha - poeta e um dos mais admiráveis mímicos que conheço e o bardo do Amapá, Herbert Emanuel - essa fusão é mágica, ainda mais sob a forma de haikais que são poemas desenhados . Ou no caso, são móbiles que se  agitam no  tanger do vento, entre a sensibilidade do que pensa e o pensamento do que sente. Momentos preciosos de iluminações poéticas, onde não se consegue saber o que nasce de um ou de outro, como se tudo nascesse apenas da Poesia . Jiddu transpôs sua mímica - agora de palavras - trazendo à baila um pouco do teatro chinês primitivo e Herbert - acostumado às inventações - com tendência à figuração nalguns poemas, agora se realiza na simplicidade e no esplendor. Vejam os leitores, estes instantes antológicos . Cito alguns deles, que refletem os movimentos de um livro de gravuras que dança, com muito de infância, onde se esconde o poema e de graça, onde se oculta a dança: "entre os livros / na prateleira/ um girassol de madeira"..."ao lado do sapo/a pedra / coaxa”... “aranhas tecem/ao relento/ arames de vento" . .."sol a pino/solta a pipa/ o menino"...O título : LÂMINA E PLUMA  - são estes estranhos materiais de sonho, este móbiles de silêncio e agudeza. O grande abraço do Carlos Nejar.

Lançado em 2005,  na livraria Transa Amazônica, em Macapá-AP; "Do Crepúsculo ao Outro Dia" completará 10 anos em 2015.

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